segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BRASIL: BREVE ANÁLISE DE SUA MODERNIZAÇÃO ECONÔMICA.

Moacir J. M. Pereira 


1 – Introdução:

            O Brasil como país em desenvolvimento econômico, que hoje tem grande destaque no cenário econômico internacional, passou por várias fases em sua organização socioeconômica. De “ilhas” produtivas representadas pelo isolamento e falta de fluxo entre regiões para um país interligado através de redes de transporte e de produção, integrando regiões econômicas e desenvolvendo de forma desigual e combinada as mesmas. Resultado de políticas públicas somadas aos interesses de capitais nacionais e estrangeiros em diversas crises e reorganizações do capital a nível global.

            Neste trabalho faremos um breve estudo sobre o desenvolvimento da economia nacional. Buscaremos demonstrar como se deu tal processo e as formas diferenciadas nas diversas regiões geo-econômicas. O certo é que apesar de todo seu desenvolvimento econômico e produtivo em diversos setores da economia nosso país apresenta ainda grandes carências e desigualdades regionais motivadas pelo desequilíbrio histórico de desenvolvimento sócio-espacial, dependendo das políticas públicas e relações espaciais de produção e conflito.

            Partiremos das heranças históricas dos ciclos econômicos, passando pela industrialização inicial, a substituição das importações, o fortalecimento da indústria nacional e de suas bases produtivas, as eras de Vargas, Juscelino, período militar, as políticas neoliberais até a indústria brasileira do século XXI.






1)      Um exercício de periodização.

Para podermos compreender os processos que levaram à modernização da economia brasileira devemos ter em mente uma periodização geográfica e temporal. Buscamos então em Santos & Silveira(2001) esta periodização. Segundo os autores foram feitas periodizações, com bases de análise econômica, histórica, social etc.. Estes autores demonstram algumas periodizações através de análise de Caio Prado Jr. (análise histórica); Celso Furtado (análise econômica); Florestan Fernandes (análise cultural) entre outros. Entretanto demonstram que a periodização para a geografia deve estar sob a luz da sucessão de meios geográficos. Desta forma definem três momentos: os meios “naturais”, os meios técnicos e o meio técnico-científico-informacional.

Procuraremos enquadrar aqui, de forma breve dentro desta sucessão de meios geográficos os ciclos econômicos, as fases de substituição de importações, o período neoliberal e a atual globalização da economia brasileira com o Brasil potência dentro do G77 (Grupo dos países em desenvolvimento) e do BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China). Vale ressaltar que não existe período ou ciclo com data de início ou fim, apenas uma “periodização necessária” para fins pedagógicos. Conforme Manoel Correia de Andrade (apud. Santos & Silveira, 2001): “A periodização em ciclos – pau-brasil, açúcar, ouro e diamantes, algodão etc. – proposta e discutida por vários autores, não é realista, ... pois a exportação de um produto continuava no ciclo seguinte como um produto menos expressivo.”  Assim também aproveito para expor que nosso país possui sobrepostos vários meios geográficos no tempo e no espaço. Tempos lentos e tempos rápidos em um mesmo território que articula, combina e exclui.

O Brasil teve em seu período colonial sua economia totalmente direcionada pela metrópole portuguesa. De 1500 até 1822 havia um total controle de instalação de estabelecimentos econômicos no Brasil colônia. Tal fato derivava do interesse português em evitar que produtos que viessem a ser produzidos no Brasil concorressem com os de Portugal. Além de garantir um mercado consumidor. Desta forma a economia desenvolvida aqui durante este período e até um pouco mais além era de base agro-exportadora. Produtos como pau-brasil e drogas do sertão no séc. XVI, cana-de-açúcar no séc. XVII, mineração no séc. XVII e XVIII e café no séc. XVIII e XIX foram importantes na economia brasileira. E continuam sendo.   

De acordo com Santos & Silveira (2001) o meio natural, é marcado pelos tempos lentos onde o império da natureza regula as ações antrópicas. Toda ação humana estava em busca de adaptação ao meio natural, sem grandes ingerências sobre o mesmo. Neste período de escassos recursos técnicos para o domínio sobre o espaço e também a falta de conhecimentos sobre as características dos lugares e recursos neles existentes por parte dos colonizadores não facilitaram em um primeiro momento grande desenvolvimento econômico. Todavia podemos perceber que não se pode definir como um meio natural apenas, mas como um meio pré-técnico onde as técnicas para usos e apropriação do território ainda não possibilitavam maior inserção e domínio sobre a natureza. Desta forma, estes primeiros tempos de ocupação do território, por parte dos colonizadores, se dera inicialmente ao longo da costa brasileira, em contato com as populações nativas e posteriormente com uso da força escrava vinda da África e por vezes indígena foram impondo o comércio e os usos dos espaços nas várias regiões da colônia. Veremos agora algumas regiões e as culturas produtivas e explorações das mesmas:

Demétrio Magnoli (2008), fazendo seus estudos sobre a formação sócio-econômica do país define que em um primeiro momento o território brasileiro é desarticulado. Ou seja, ouve o surgimento de regiões econômicas praticamente autônomas que se articulavam com mercados consumidores da Europa.  Como se sabe, no início da colonização portuguesa ouve maior ocupação do litoral nordestino. Desenvolvendo-se nesta região raízes socioeconômicas que dão à região suas características próprias à diferenciando do restante do Brasil.  A cultura do gado, se desenvolveu nesta região assim como a busca por metais preciosos, entretanto com a implantação da economia canavieira estas primeiras atividades econômicas foram ganhando os sertões através do vale do rio São Francisco. O Bandeirantismo no sudeste em busca de metais preciosos e apresamento dos indígenas. Na Amazônia a colonização se dera pelas busca das drogas do sertão pelo vale amazônico. Desde já se pode perceber uma tendência à diferenciação pela forma de exploração destas regiões. Poderíamos até mesmo arriscar em fazer um paralelo, mostrando o que poderiam ser as bases para a formação dos complexos regionais, de acordo com o geógrafo Pedro Pinchas Geiger. Diferenciação que se dará principalmente pela articulação entre os lugares através dos fluxos e redes de integração à serem desenvolvidas e pelos usos do território.

De acordo com Magnoli(2008), “No Sudeste, a região exportadora de café expandia-se do vale do Paraíba rumo ao Oeste paulista. No Nordeste, modernizava-se o complexo açucareiro da faixa costeira e surgia uma ampla área interior exportadora de algodão. Na Amazônia, sobre o pano de fundo tradicional da exploração das “drogas do Sertão”. Emergiam áreas dedicadas à exportação da borracha natural”.

Formaram-se então as “ilhas” ou arquipélagos econômicos exportadores, desarticulados. O que não favorecia uma possível integração do território.

A organização econômica e territorial do Brasil no século XIX se encontrava então da seguinte forma:
- Região amazônica: Busca por drogas do Sertão e produção de borracha natural (Belle Époque), articulada pelos rios e igarapés da região que permitiam a comunicação entre as localidades. Produção pecuária no arquipélago do Marajó;
- Região nordeste: Produção de cana no litoral, fumo, algodão, pecuária, cacau entre outros, pouco articulada com fraca comunicação interna;
- Região Centro-Sul: Apresentando maior articulação e integração graças ao café e a rede de ferrovias que se instalavam. Produzia café, cana, algodão, ouro e diamante etc..

Temos então um panorama do Brasil em fins do século XIX. Podendo observar que através da ocupação da costa, a criação de vilas que posteriormente serão importantes entrepostos de exportação e de articulação da hinterlândia com o mercado externo, se forma uma base importante para o início da industrialização do Brasil, já independente de Portugal, porém não do mercado internacional. Principalmente no período republicano no sudeste, onde a região de São Paulo e Rio de Janeiro vão despontar neste cenário. Partimos então do meio natural ou pré-técnico para um meio técnico.


2)      Café, trem, vapor e eletricidade: a técnica sobre o território.


O crescimento econômico pela valorização do café brasileiro no mundo permitiu um maior desenvolvimento da região produtora, no caso a região sudeste. A articulação entre áreas produtivas e o escoamento da produção e o litoral exportador se deu através do desenvolvimento de um malha ferroviária importante. Com a crise do café muitos investimentos foram direcionados então para a formação de uma indústria nacional. A crise de1929 diminui a venda e exportação do café.

São Paulo e Rio de Janeiro já apresentavam poucas indústrias que foram ganhando força com investimentos dos antigos barões do café, além de possuir uma considerável infra-estrutura ferroviária e mão de obra de imigrantes que iam se incorporando às indústrias que seriam criadas para suprir o mercado consumidor interno em plena crise econômica mundial. O meio técnico já despontava. Em 1930, com Vargas, o território nacional começou a ser integrado, articulado. Investimentos do Estado iriam definir de vez a tendência nacional em ser um país industrializado. Optou-se pelas rodovias. Foram feitos grandes investimentos na produção de base. Criação da Companhia Siderúrgica Nacional. O Brasil articulado, já iniciava seu desenvolvimento desigual e combinado.

Novas relações espaciais iam criando suas marcas. Fluxos migratórios, disparidades regionais, exploração de mão-de-obra barata nas indústrias, crescimento urbano sem freios. O Brasil se moderniza, pagando o preço com crescimento urbano desordenado, dívida externa, êxodo rural, conflitos políticos e de poder.

Santos & Oliveira (2001) expõe: “O aparelhamento dos portos, a construção de estradas de ferro e as novas formas de participação do país na fase industrial do modo de produção capitalista permitiram às cidades beneficiárias aumentarem seu comando sobre o espaço regional, enquanto a navegação, muito mais importante para o exterior, apenas enseja um mínimo de contatos entre as diversas capitais regionais, assim como entre os portos de importância. Rompia-se, desse modo, a regência do tempo “natural” para ceder lugar a um novo mosaico: um tempo lento para dentro do território que se associava com um tempo rápido para fora. Este se encarnava nos portos, nas ferrovias, no telégrafo e na produção mecanizada.” O Brasil obedecendo aos interesses do capital.

Com a era Vargas(1930-1945) veio o fortalecimento das infra-estruturas, CSN, Companhia Vale do Rio Doce, Fábrica Nacional de Motores, Banco Nacional de desenvolvimento Econômico e a Petrobras.  O País se afirmava com sua indústria nacional de base, com um governo protecionista.

 Juscelino (1965-1960) incentiva a produção energética do país, a malha rodoviária e abertura a investidores estrangeiros. Com sua política de desenvolvimento econômico entraram no país montadoras como a Volkswagen, indústrias de eletroeletrônicos entre outras, como na área de alimentos. Estas empresas, por encontrarem vantagens locacionais e possuirem tecnologia e preços muito competitivos derrubavam as indústrias nacionais, por vezes as adquirindo e controlando o mercado interno. Este período ficou conhecido como “substituição das importações”. Marcando uma etapa da industrialização brasileira. O modelo do “tripé”, capital do Estado, capital nacional e de empresas privadas estrangeiras.

O meio técnico-científico se estabelece. O Brasil possui um parque industrial importante, onde sua economia se moderniza saindo do modelo agro-exportador para um país industrial. Apesar de adquirir por vezes tecnologias ultrapassadas. A partir da década de 60 o país passa por um período conturbado no cenário político, em 1964 os militares tomam o poder, dissolvem o congresso e lidam a política com mão de ferro eliminando direitos políticos e perseguindo cidadãos contrários à suas ações. O Brasil passava pela ditadura militar.

Durante o domínio militar o país teve uma grande produção industrial. Conhecido como “milagre econômico” o país aumentou seu Produto Interno Bruto. Entretanto a custas de empréstimos internacionais. Criando um verdadeiro abismo e paradoxo entre o crescimento econômico nacional e as desigualdades sociais. Devido aos grandes empréstimos assumidos, investimentos nas áreas sócias, de educação, saúde, habitação ficaram prejudicados pelas dívidas com instituições financeiras internacionais como Banco Mundial e FMI. Com o retorno ao governo civil, o país, por consequência  deste “desenvolvimento endividado”, passou pela “década perdida” com níveis inflacionários altíssimos, crise social e retração da produção industrial.


3)      O Brasil no mundo, o mundo no Brasil: a globalização.


O meio técnico-científico-informacional tem sua essência nas novas tecnologias baseadas em avanços científicos e nas telecomunicações. O Brasil entra na era da globalização. A partir dos anos 90, medidas econômicas neoliberais seriam tomadas no país, desta forma alinhando o Brasil aos interesses internacionais e às “leis” impostas pelo FMI e pelo Banco Mundial. As políticas de “desoneração do Estado” pela privatização de indústrias nacionais, a transnacionais tinham ainda maior controle no mercado mundial, CSN, Vale do Rio Doce.

O país ficou com seu mercado interno aberto para empresas globais. Entretanto também vem desenvolvendo ações em outros países. Tendo despontado no mercado internacional de aviação civil e do petróleo. O Brasil nos últimos anos apresenta uma boa modernização de seu parque industrial, tem desenvolvido sua produção agrícola com tecnologias de pontas, investindo em pesquisa e em universidades. Muitos acordos econômicos, fortalecimentos de sua produção de uma pequena melhoria no poder de compra de sua população tem aquecido o mercado interno. Fazendo com que o país tenha suportado as constantes crises internacionais.

O país tem mostrado uma crescente modernização de sua economia, restando ainda fazer o “dever de casa” com questões ligadas à corrupção, divisão da riqueza e desigualdades regionais. Milton Santos define que o país possua uma região concentrada, ou mais “luminosa” pela grande parque industrial, de serviços e comércio. Que é a região sudeste, com maior ênfase em Minas Gerais, são Paulo e Rio de Janeiro. A Região Sul possui a agroindústria e de produção de insumos agrícolas bem desenvolvida, despontando como a segunda região mais desenvolvida. Pelos grandes incentivos fiscais oferecidos pelos estados nordestinos, o nordeste tem mostrado grande crescimento industrial. Investimentos na área têxtil, celulose, alimentos, bebidas, automobilísticas etc.. A região Centro-Oeste tem se desenvolvido com a agroindústria e a produção de alimentos. A região norte se destaca na mineração, na produção de energia, agroindústria e madeireiras.

Nosso país hoje é considerado um país em desenvolvimento, se destacando na economia mundial e no cenário geopolítico. Contendas comerciais, disputas por mercados, barreiras e protecionismo são “regras” do jogo de relações internacionais que vem bloqueando um maior desenvolvimento nacional, principalmente na produção de alimentos e aviação civil. Entretanto a economia e o parque industrial nacional esta se modernizando graças a investimentos estratégicos na área de pesquisa e desenvolvimento e na participação de capital nacional e estrangeiro no país. Tornando o país competitivo no comércio internacional. Porém esta abertura econômica tem vários riscos como a dificuldade de controle da economia pelo grande número de atores e empresas internacionais atuando no mercado. Assim como a crise do emprego que tem se mostrado forte apesar de nos últimos anos ter apresentados baixas no índice de desemprego.


4)      Conclusão:


Podemos então perceber que a modernização da economia e da indústria brasileira teve suas origens na produção cafeeira e nos investimentos em transporte da produção da hinterlândia para o porto de Santos. Entretanto com a crise de 1929, os capitais foram direcionados para a industrialização, principalmente na região sudeste. Na era Vargas e de Juscelino os governos investiram na indústria nacional de base criando condições para o fortalecimento da economia, confirmando a transição de uma economia agro exportadora para industrial, tendo um grande crescimento das cidades e migrações pelo êxodo rural entre regiões.

 O governo militar estimulou o crescimento principalmente na indústria bélica, energia  e estradas, entretanto, abriu as portas para uma grande crise social e econômica. As diretrizes neoliberais abriram o mercado interno para o mundo, o país abre suas portas para a globalização da economia, transnacionais e privatizações. O país se torna competitivo se destacando no comércio mundial apesar da crise energética em 2001.

O Brasil possui um parque industrial moderno, concentrado na região sudeste. Motivado pela articulação dos meios de comunicação e transporte mais intensos nesta. O país ainda precisa repensar seu desenvolvimento de forma a dividir melhor os investimentos nas regiões permitindo um crescimento econômico mais equilibrado em todo seu território. O que só será possível através de melhores oportunidades de educação, saúde, trabalho e moradia para toda a população permitindo melhorias no mercado interno com poder de compra fortalecido. Melhor infra-estrutura de transporte adequada à cada região, como no caso da Amazônia. Assim tendo sua economia fortalecida fazendo com que este conceito de modernidade não atropele as populações menos favorecidas.

Em suma, a economia nacional e sua modernização estão vinculadas fortemente às influências internacionais desde o século XVI até os dias de hoje.


5) Referências bibliográficas:

                                                                                                                  
DEMÉTRIO, Magnoli. Geografia para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2008.

SANTOS, Milton & SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 3a Edição. Rio de Janeiro: Record, 2001.

SCHEENBERGER, Carlos Alberto. Minimanual compacto de história do Brasil. 1a Edição. São Paulo: Rideel, 2003.

TÉRCIO, Lúcia Marina e. Fronteiras da globalização: Geografia geral e do Brasil. 1a Edição. Editora Ática, 2005.

Tempo e espaço geográfico, volume 2. / Nelson Ney Dantas... [et al.]. São Paulo: Pearson    Prentice Hall, 2010.



domingo, 18 de dezembro de 2011

CARTOGRAFIA: DOS BABILÔNIOS À SALA DE AULA.

Moacir J. M. Pereira 




1 – Introdução:

            Conhecer as origens da cartografia e fazer um paralelo com as diversas ideologias dos povos que contribuíram para seu desenvolvimento pode nos mostrar a evolução histórica das sociedades humanas e perceber a íntima ligação da evolução da cartografia e a ampliação do conhecimento do homem sobre o nosso planeta.
            Também não deixa de nos denunciar as diversas ideologias de domínio de alguns povos sobre outros. Assim como nos expõe os modos de vida e gestão dos espaços ao exemplo dos Babilônios e Chineses. Os primeiros de forma de representar o espaço mesopotâmico e os segundos as formas de administração da China antiga.
            Da sua origem até nossos dias a cartografia auxilia à entender e gerenciar os territórios para nele viver / sobreviver. Hoje as tecnologias existentes permitem ao homem analisar questões ambientais, discutir situações geopolíticas, combater endemias, ensinar nas escolas e universidades. Este último será abordado aqui para mostrar sua importância no processo de construção do conhecimento e apropriação do espaço geográfico pelos alunos futuros cidadãos.

2 – Origens da cartografia:

            2.1 – Conceitos:

De acordo com a Associação Cartográfica Internacional é considerada cartografia: o “Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de documentação, com vista à elaboração e preparação de cartas, planos e outras formas de expressão, bem como sua utilização.” (in NETO, 2010)
            Em MOURA FILHO(1993) encontramos as seguintes definições: “conjunto de atividades científicas, tecnológicas e artísticas, cujo o objetivo é a representação gráfica da superfície terrestre e de todo o universo.”
            Também achamos em CEUB/ICPD (2003, Curso de GPS e Cartografia Básica) como “um método científico que se destina a expressar fatos e fenômenos observados na superfície da Terra, ou qualquer superfície mensurável.”
            Estes conceitos todos dão o caráter científico para a cartografia, outros vão à este encontro. Não devemos deixar de enfocar que a cartografia tem seu caráter artístico, pois é necessária uma apresentação dos produtos cartográficos que levam ao entendimento adequado de seu conteúdo gráfico, com formas, cores, linhas, legendas se adequando ao objetivo final de cada produto.
            Para NETO(2010), é considerada uma ciência por necessidade de informações precisas e ter seus fundamentos na matemática, astronomia e geodésia.

            Alguns estudiosos defendem que sua origem é até mesmo anterior à escrita (MOURA FILHO, 1993) ou a sistematização da mesma. A necessidade de sobrevivência e de conhecimento dos territórios e limites, faziam com que os povos primitivos buscassem a representação de seus espaços em materiais diversos, como: argila, madeira, peles de animas, emaranhados de outros materiais.
            Havia a necessidade, como há até nossos dias, de descrever, fazer análise e representar as diversas regiões e lugares conhecidos no planeta.
            O que podemos observar, que a cartografia além de uma necessidade de sobrevivência dos povos, representou (e representa) um produto da cultura. Ou melhor. Produto do modo de vida e das diversas ideologias de várias sociedades e nações ao longo dos tempos. Pode, por exemplo, representar objetivos de dominação como no caso da expansão colonial dos séculos XVI, XVII e XVIII. Ou até mesmo mais recente, onde circulou na rede mundial de computadores, um  mapa (pedagógico) representando a América do Sul, onde a região amazônica é representada como território norte americano. Isto nos faz lembrar Yves Lacoste...

2.2 – Primeiras representações:

            Entre os povos que contribuíram para as bases e origens da cartografia estão os babilônios, egípcios, gregos, maias, esquimós, astecas e chineses (NETO, 2010).



            A evolução da cartografia esta intimamente ligada à forma em que os povos vão ampliando seus conhecimentos sobre os espaços em que vivem, circulam ou tem pretensões de ocupação / apropriação. As categorias geográficas, paisagem, lugar, espaço, território e região estão vinculadas às representações dos espaços geográficos.
            Ousamos aqui dizer, que o mapa (entendido como toda forma de representação espacial pela sociedade) é um dos elos, por essência multidisciplinar (termo da análise científica geográfica), entre a geografia física e a geografia humana, que hoje já aparenta ter superado esta dicotomia. É a forma, física ou mental, em que o homem identifica o espaço produzido. Homem e natureza, indo além de uma simplificação, mas embutindo ai a cultura, os modos de vida.
            Fazemos agora um breve roteiro baseado em pesquisa bibliográfica da evolução histórica da cartografia.

            De acordo com MOURA FILHO (1993), o vocábulo cartografia como um conjunto de atividades, fora empregado inicialmente pelo 2° Visconde de Santarém, Manuel Francisco de Barros (1791-1856), em uma carta direcionada à Francisco Adolfo Varnhagem (historiador) em 08 de dezembro de 1839. Hoje abrange todas as atividades científicas e artísticas (geodésia, fotogrametria, sensoriamento remoto) que tem por fim a produção de mapas.
            Uma das primeiras referências sobre mapas vem da Babilônia. Aproximadamente 4.500 a.C., uma placa em barro cozido de 7x8cm que fora descoberto em Ga-Sur na Mesopotâmia, ao norte da Babilônia (NETO, 2010). Esta placa encontra-se no Museu semítico da Universidade de Harvard. Estudiosos explicam que representa provavelmente o vale do rio Eufrates.
            É válido também lembrar que este povo desenvolveu o sistema duodecimal de numeração (base 12), desta forma os círculos foram divididos em 360°, o grau em 60 minutos e o minuto em 60 segundos. Base para as coordenadas geográficas. Além de conhecimento sobre outros planetas como, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno tidos estes como deuses (MOURA FILHO, 1993).
Tem-se também referência de mapa das ilhas Marshall, feito com fibras e conchas por indígenas, representando uma área oceânica onde desenvolviam pesca. Tendo rumos, direções e posicionamento de ilhas.
No Egito antigo houveram contribuições, mapas, porém estes foram feitos com material pouco resistente aos desgastes do tempo, papiro (fibra vegetal), muito se perdeu. Entretanto desenvolveram muitas técnicas de medições no vale do rio Nilo para sua produção agrícola. Além de utilizarem instrumentos de medição tal qual o relógio do sol, a clepsidra e o merkhet (espécie de gnomom).
            A cartografia chinesa também foi desenvolvida com Pei Hsiu (224 a 273 d.C.), Erwin Raisz (in MOURA FILHO, 1993) com sua obra “Cartografia Geral” explica que se tem referência de mapas chineses datados cientificamente 227 a.C.
            A invenção do papel contribuiu para a cartografia chinesa. Esta sem ter ainda contato o conhecimento cartográfico de outros povos. Suas técnicas possuíam princípios de orientação, quadrículas, distância, altitude, ângulos e outros (MOURA FILHO, 1993). Também na China, Hsieh Chuang (421-466 d.C.) desenvolveu um mapa de madeira sobre as principais províncias do império. Podemos observar um conhecimento técnico bem aprofundado pelos chineses. Mas qual o objetivo? A cartografia chinesa teve por finalidade a administração do império.
            Com a presença dos jesuítas no século XVI, esta cartografia começa a ser modificada e influenciada pelo ocidente.

            Os gregos tiveram influência considerável no desenvolvimento da cartografia, fundamentando bases científicas e sistematização como referência aos pólos, equador, latitude e longitude, trópicos (NETO, 2010).
             Dentre estes destacam-se, Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.) autor de um Mapa-múndi dos espaços conhecidos pelos gregos, posteriormente aperfeiçoado por Hecateu de Mileto (546-480 a.C.) na sua obra Descrição da Terra.
            Aristóteles (384-322 a.C.) que zoneou as Terra por clima, considerou as longitudes e latitudes, os pólos e o equador.
            Hiparco (194-120 a.C.), aprofundou o conhecimento dos babilônios com a divisão da Terra em 360° e o estudo das localizações(coordenadas).
            Eratóstenes (276-196 a.C), fez a medição da circunferência da Terra com poucos recursos, apenas com análise geométrica, aproximando-se do real. Utilizou a observação do sol e a distância em Siena e Alexandria.  Chegou a 46.250 Km, próximo dos 40.000 Km que se sabe hoje.
            Cláudio Ptolomeu (90-168 d.C.) com seus estudos e sua obra Almagesto deu o apogeu da cartografia da época.

2.2 – Decadência e resgate da cartografia: Uma ferramenta a serviço dos reinos

            Na idade média a cartografia sofreu um retrocesso, este conhecimento foi mascarado e perdido na Europa. Devido ao controle no plano ideológico e político da Igreja Católica Romana. Os mapas forma simplificados, com base na antiga cartografia romana, simplista e reducionista, no modelo “T” dentro do “O”. O centro do mundo seria representado Jerusalém. Tinha formato circular, denominado de “Orbis Terrarum”. Este foi certamente um período de decadência da cartografia.
            Os conhecimentos desenvolvidos sobre os corpos celestes, sobre a esfericidade do planeta, os planetas iam contra os dogmas eclesiásticos.
            Os povos árabes, após a morte de Maomé (632), haviam unificado a península arábica. Iniciaram um processo de expansão com base ideológica na Guerra Santa, conquistando o norte da África(Egito), Império Romano do Oriente, Pérsia etc.. até chegarem à península ibérica posteriormente expulsos no séc. XV com a Guerra de Reconquista dos povos ibéricos com apoio da Igreja. O fato importante deste avanço árabe por sobre os continentes, fora o resgate de boa parte do conhecimento deixado pelos gregos além de outros povos conquistados ou que eles faziam comércio. Resgataram e divulgaram conhecimentos de medicina, química, física, álgebra, trigonometria, astronomia, geografia e cartografia. Levaram para a navegação a bússola e o astrolábio.
            Com o Renascimento todo este conhecimento é resgatado e aperfeiçoado, as grandes navegações expandem o olhar sobre o mundo, a cartografia se desenvolve com novas técnicas como os Mapas Portulanos, as Cartas de Marear. A tradução do Almagesto (de Ptolomeu) para o latim renovou o pensamento cartográfico no Ocidente (MOURA FILHO, 1993).
            Outro fator de suma importância para a disseminação do conhecimento geográfico, veio da Alemanha, Gutemberg(1397-1468) criou a Imprensa, baratendo os custos e multiplicando as informações. A ciência cartográfica começa a circular em várias classes e sociais.
            Vieram os grandes descobrimentos, países investiram em escolas e centros de estudos cartográficos, Portugal, Holanda, França, Inglaterra ... a cartografia auxilia o “virar da página da história” a idade moderna chega e esta ciência esta impregnada de ideologias. Conquistas, expansão e imperialismo.
            Não iremos mais nos alongar sobre a origem da cartografia, mas podemos resumir que esta ligada à necessidade dos povos em sobreviver, conhecer e manter seu espaço vivido. Este parece ser um discurso de Ratzel e la Blache. Para que serve a serve a geografia, senão para a guerra (Lacoste).
            Bem defendemos a “guerra” no plano da consciência, das idéias, do conhecer para lutar pelos seus direitos, para o cidadão não se deixar enganar os discursos forjados na exploração e na expropriação de classes sociais por uma minoria dominante. Defendemos este conhecimento para a autodeterminação dos povos, dos homens enquanto agentes do processo dinâmico da geografia de criação/destruição/recontrusção dos espaços vividos, dos lugares de forma consciente.
           
2.3 – Uma “Alfabetização Cartográfica” necessária.

            Vamos agora abordar o uso de técnicas cartográficas como um exercício do olhar nas escolas para formar cidadãos conscientes. Aliás o termo “Alfabetização Cartográfica” é dado como uma aquisição do conhecimento cartográfico de acordo com Simielli(in DOS SANTOS, 2007).
            Buscamos quais são as orientações dispostas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino de geografia e fazemos um paralelo com o uso pedagógico das ferramentas cartográficas. Vamos então ao nosso objeto de estudo enquanto estudantes/pesquisadores/professores de geografia, o espaço geográfico.
            De acordo com Milton Santos(1996) o espaço geográfico é um conjunto indissolúvel de objetos e de sistemas de ações, revelando, mostrando aos olhos do geógrafo as práticas sociais de grupos que criam, recriam, produzem, vivem nele.
            Desta forma o uso de análises e ferramentas geográficas levam o aluno a entender os arranjos espaciais em diversas escalas e se identificar no processo. A cartografia vem auxiliar para o que o artigo 35, inciso III da LDB (Lei de diretrizes e bases da educação nacional – Lei 9.394/96) busca, como finalidade do ensino, o aprimoramento da pessoa com autonomia intelectual e pensamento crítico. Então a cartografia possibilita ao aluno ler e interpretar as relações sócio-espaciais, desta forma gerando seu conhecimento e tendo percepção crítica sobre os espaços em suas diversas escalas.
            De acordo com o PCN deve-se orientar o olhar dos alunos aos fenômenos do espaço, observando as diversas relações. Mostrar e fazer perceber as contradições sociais, econômicas e culturais. Torná-lo sujeito do processo ensino-aprendizagem sabendo identificar suas responsabilidades e o seu “lugar-mundo”, a sua territorialidade.
            A cartografia auxiliará desta forma ao entendimento das categorias geográficas: lugar, espaço, paisagem, região e territorialidade. O PCN, para a geografia, define que se devem desenvolver habilidades e competências de saber: “ler, analisar e interpretar os códigos específicos da geografia (mapas, gráficos, tabelas etc..), considerando-os como elementos de representação de fatos e fenômenos espaciais e/ou espacializados.”
            “Reconhecer e aplicar o uso de escalas cartográfica e geográfica, como formas de organizar e conhecer a localização, distribuição e freqüência dos fenômenos naturais e humanos.”
            DOS SANTOS(2007) fez um estudo sobre o uso da cartografia nas séries iniciais. Definindo sua importância para aprender a ler e interpretar o espaço, auxiliando o aluno a se localizar e entender as relações entre os objetos. Esta “pedagogia cartográfica” deveria ser ministrada de maneira lúdica no ensino fundamental, com jogos e brincadeiras (MARTINELLI, in DOS SANTOS, 2007). Deve-se sair do conceito de espaço abstrato para o espaço vivido, percebido.
            Deve-se introduzir noções de geometria, como círculo, reta, medidas (FURLAN, 2007) assim chegando à noção de: pontos, linhas, área, lateralidade, orientação, localização, referências, noção de espaço e tempo (RIBEIRO, et al., 2001).



            A orientação é para se trabalhar com maquetes, mapa do corpo, planta da sala de aula, construção de uma bússola, fotos e muito mais (ALMEIDA, 2001).
            DOS SANTOS(2007) faz seguintes considerações: “investigar, enxergar, imaginar, desenvolver e construir o pensamento lógico espacial são requisitos importantes para a alfabetização da linguagem cartográfica, já que o conceito de espaço é muito abstrato para uma criança.”
            Assim observa-se que deve-se “alfabetizar” cartograficamente o aluno para que ele possa ter competências de interpretar mapas, cartas, gráficos e assim consiga analisar de forma crítica as relações existentes no espaço geográfico. O aluno terá a percepção, ao avançar das séries e de seus estudos, do ensino fundamental ao médio, do espaço como um produto social, do local ao todo.
            “A totalidade existe, mas é percebida através de uma construção. Quando estudamos uma cidade, um bairro, estamos atingindo um pedaço do TODO, uma fração do TODO.”  (SANTOS in ROSETTE, 2002)

3 – Conclusão

            A cartografia com suas origens históricas, de acordo com alguns estudiosos, tendo sido percebido até mesmo antes da escrita, se apresenta como uma necessidade pretérita e atual de saber o espaço e representá-lo para auxiliar nas formas de uso, ocupação e apropriação deste, de sua territorialidade.
            Percebemos um estreito laço ideológico nas diversas representações cartográficas ao longo dos tempos nos diversos povos, representando o modo de vida destes. Dos babilônios até hoje nos estudos de sensoriamento remoto.
            Cabe ao professor o papel de levar o aluno a perceber o espaço geográfico com o uso de ferramentas cartográficas, pois estas facilitam a percepção do local ao global. Estimulando e gerando competências de análise/criadora que estarão presentes nos futuros adultos/cidadãos que serão responsáveis por um mundo melhor. Tendo percepção crítica, multidisciplinar, podendo atuar em saúde, meio ambiente, ensino, tecnologia e vários outros campos.
            A “Alfabetização Cartográfica” deve ser encarada pelo professor de geografia como uma forma integrada de levar o aluno à sua autonomia no processo de construção de seu conhecimento pelo estudo dos lugares e aplicação de conceitos abstratos da geografia em sua realidade diária. Entendendo e decodificando as diversas informações às quais ele, o aluno, recebe durante toda sua vida.
             
             





4 – Referências bibliográficas:

MOURA FILHO, J. Elementos de Cartografia: Técnica e Histórica. Belém: Falangola, 1993 – vol. 1;
MOURA FILHO, J. Elementos de Cartografia: Técnica e Histórica. Belém: Falangola, 1993 – vol. 2;
SANTOS, Fábio Rocha et Al. Metodologia da Pesquisa. São Paulo: Peason Pretice Hall, 2010;
Ministério da educação. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Secretaria de Educação Média e tecnológica. Brasília: Ministério da educação, 1999;
PONTUSCHKA, Nídia Nacib. Para ensinar e aprender Geografia. São Paulo: Cortez, 2007;
TEOBALDO NETO, Aristóteles. Linguagem e representações cartográficas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010;
ROSETTE, Adeline. Sugestões metodológicas para o ensino de cartografia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002;
SANTOS, Tarciane Araújo et Al. A Alfabetização Cartográfica na séries iniciais. Rio Grande do Sul, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, 2007.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Recomendação de Leitura: Geografia da Fome - O dilema brasileiro: pão ou aço.

Esta obra é uma referência de estudo para iniciar seus estudos sobre a fome em nosso país. Josué de Castro foi médico, cientista e professor universitário. Teve atuações como embaixador do Brasil em Genébra. Preocupava-se com estudos e ações de combate a fome que ele considerava uma endemia nacional em graus e formas diferenciadas. Fora indicado para o Nobel da Paz por duas vezes.



O autor com conhecimentos científicos sobre a ações das fome no corpo humano, faz um apanhado nesta obra em 1946, baseado nas formas nutricionais em que sua regionalização nutricional vai expor uma época de atraso e exploração humana no Brasil.

Divide em sua obra o país em quatro regiões alimentares, que ele chama de áreas alimentares. Considerando diferenças como áreas de fome endêmica ( Amazônica, Nordeste Açucareiro), áreas de epidemias de fome (Sertão Nordestino) e área de subnutrição (Centro-oeste ao Extremo Sul).

O autor faz importante análise geográfica, que pode e deve ser aplicada na atualidade, exigindo atualizações de dados para uma comparação do fenômeno da fome em nosso território. Sua análise vislumbrou aspectos culturais, hábitos alimentares e de cultivo, aspectos biogeográficos e adaptabilidade de espécies para cultivo e criações de animais. A questão sócio-econômica e a exclusão social são aspectos denunciados pelo autor nesta época, mostrando a origens da exclusão e do fenômeno da fome no Brasil.
Assim Josué de Castro consegue integrar aspectos humanos e ambientais para seus estudos.
Vale muito fazer uma boa leitura desta obra!

Vamos lá... Re-Geografia!

Links:



Pra começo de conversa..

Mas por que este título? Re-Geografia! O motivo é que buscaremos discutir e expor através de comentários, resenhas, leituras de livros, artigos, links, vídeos etc.. assunto que mostrem a ciência geográfica em sua constante construção, destruição, re-construção de bases, conceitos, espaços, categorias etc..
 
A fascinante ciência geográfica nos auxilia a ter um olhar mais amplo, multidisciplinar, hoje mostra que tem fugido do dualismo físico e humano para uma ciência integradora.

O geógrafo hoje precisa superar análises reducionistas ou com um único foco, mas deve saber "ligar os conhecimentos" para se aproximar o máximo da percepção do real, das ações físico/humanas que criam, destroem e reconstroem os espaços geográficos a partir das percepções, dos lugares, das regiões, do todo ao uno, do uno ao todo, em um fluxo-refluxo dinâmico.

Sejam todos bem-vindos à este espaço de Re-Geografar!