Paulo Fernando da Silva Martins, Moacir José Moraes Pereira, Francinaldo Ferreira de Matos, Bruno Ribeiro da Silva Júnior, Andreia Cristine Scalabrin
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Resumo: Na Amazônia, é possível promover o uso das terras, de forma aceitável, através de uma gestão
compatível com a fertilidade do meio natural. Para isso é necessário que, por um lado, se conheça
as relações entre as formas de uso e o meio ambiente e, por outro, as características do meio natural e as
condições dos utilizadores desse meio. Estudos que relacionam, através de metodologias econômicas e
estatísticas, o valor bruto da produção, em diversas expressões temporais e espaciais, com dados sobre
crédito de fomento e produção de C & T, considerando o conjunto de estabelecimentos de agricultura
familiar, indicam para estes a existência de um fraco ambiente institucional. Apesar desse ambiente
desfavorável, o fomento praticado inicialmente pelo FNO e depois pelo PRONAF, permitiram a transformação
de sistemas de produção com a inclusão de culturas permanentes, pecuária de corte e pecu-
ária de leite. A silvicultura e a pecuária de leite são, na Amazônia, as produções que associam maior
possibilidade econômica de expansão com capacidade endógena de desenvolvimento. A pecuária de
corte, que tem maior expressão no grupo patronal, é a que tem menor capacidade endógena de desenvolvimento.
No Território da Cidadania do Baixo Tocantins os sistemas de produção agrícola mais
importantes são os de cultivos temporários e de cultivos permanentes. Os cultivos temporários na terra
firme, pela dificuldade de intensificação nos moldes da agricultura industrial, não constituem a melhor
opção para os agricultores familiares. Por outro lado, existem, já acumulados, procedimentos de base
agroecológica, que constituem inovações, que vêm sendo difundidas por ONGs. São exemplos: a proteção
do solo com a “palhada” dos cultivos; a manutenção das capoeiras ou a introdução de sistemas
de produção, como os sistemas agroflorestais, a horticultura, a fruticultura e a apicultura, conforme são
praticados hoje por diversos agricultores incentivados pela Associação Paraense de Apoio às Comunidades
Carentes. Estes procedimentos permitem a intensificação do trabalho, sendo mais compatível
com a manutenção da biodiversidade e da biomassa, e que tem um menor efeito na degradação do solo,
além de maior capacidade de expansão por atenderem a mercados urbanos regionais.
Palavras-chave: Uso da terra, Ambiente institucional, Organizações não governamentais, Extensão rural,
Agroecologia
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